Alemanha é uma das nações mais dependentes do gás russo na Europa, incluindo projetos conjuntos para construção de gasodutos
As importações de energia fóssil procedentes da Rússia são “essenciais” para a “vida diária dos cidadãos” na Europa, e o abastecimento do continente não pode ser garantido de outra maneira no momento, afirmou o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Em um momento em que Estados Unidos e União Europeia estudam sanções contra o petróleo e o gás russo, em resposta à invasão da Ucrânia, “o abastecimento de energia na Europa para a produção de calor, mobilidade, energia elétrica e indústria não pode ser garantido de outra forma neste instante”, afirmou o chefe de governo da Alemanha.
Os temores de um embargo ocidental ao petróleo russo fizeram o preço do petróleo disparar novamente nesta segunda-feira (7).
A Europa decidiu “deliberadamente” deixar as entregas de energia da Rússia fora das sanções porque a medida desestabilizaria os mercados e teria um forte impacto nas economias europeias.
A Alemanha é um dos países da União Europeia que são particularmente dependentes das importações russas de gás, petróleo e carvão, e o governo está trabalhando “com seus parceiros na União Europeia, e não apenas da União Europeia, para encontrar alternativas à energia russa”, acrescentou Scholz. “Mas isso não pode ser alcançado da noite para o dia”, reiterou.
A União Europeia importa 40% do gás que consome da Rússia, e alguns países não são a favor de ficar sem ele, mesmo que o objetivo seja privar a Rússia de lucros essenciais. Vários ministros do governo alemão se manifestaram contra essas medidas que envolvam o gás russo.
“Temos que ser capazes de manter as sanções ao longo do tempo”, disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, à rede ARD no domingo.
“Não adianta se em três semanas descobrirmos que só temos eletricidade por alguns dias na Alemanha e essas sanções precisarem ser repensadas”, disse.
De acordo com uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pelo jornal Handelsblatt, a maioria dos alemães apoia essa sanção drástica, já que 54% dos entrevistados dizem ser a favor.