A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga possíveis irregularidades no INSS deve decidir, nesta quinta-feira (6), se convoca o deputado estadual maranhense Edson Araújo (PSB) a dar explicações formais sobre movimentações financeiras que voltaram ao centro do debate em Brasília.
O nome do parlamentar ressurgiu no colegiado após o depoimento do presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, nesta segunda-feira (3). O dirigente foi questionado sobre a origem e o destino de mais de R$ 3 milhões que teriam sido transferidos para uma conta pessoal ligada a Edson Araújo — além de repasses envolvendo assessores e uma entidade estadual da qual o deputado era responsável no Maranhão.
A cobrança partiu justamente de um colega de partido: o vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Júnior (PSB-MA). Visivelmente indignado, ele apontou o impacto desse suposto esquema no bolso de quem depende do seguro-defeso para sobreviver.
Segundo Duarte, os repasses ultrapassariam R$ 5 milhões, incluindo valores que teriam caído em contas de servidores nomeados na Assembleia Legislativa do Maranhão. O parlamentar classificou a situação como “desrespeitosa” com aposentados, pensionistas e pescadores de baixa renda que necessitam da proteção social.
Apesar da pressão, Abraão Lincoln evitou responder aos questionamentos — o que levou o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), a anunciar que colocará em votação o requerimento para que Edson Araújo seja ouvido oficialmente pelos parlamentares.
Vale lembrar que um relatório de inteligência financeira da Receita Federal sobre o deputado já está nas mãos da CPMI, após aprovação de requerimento específico para a obtenção dos documentos.
Se confirmada a convocação, Edson Araújo terá de explicar a origem e o destino dos repasses milionários.












