Presidente executivo da Abimapi acredita que o produto pode aumentar o faturamento e se tornar uma boa opção de presente para os consumidores
Mesmo a três meses do Natal, caixas de panetone já começam a ocupar as prateleiras dos supermercados e , ano após ano, a chegada do produto fica cada vez mais antecipada. Em entrevista à Jovem Pan News, Cláudio Zanão, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Biscoitos, Massas, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), explicou a procura dos brasileiros pelos panetones: “Se o brasileiro consumisse de janeiro a dezembro seria o ideal para nós. Mas está aumentando o período de consumo, sem dúvida nenhuma. Está deixando de ser só o final do ano, ou início do ano, ele já está buscando no meio do ano também. Agora, por que não consumir o ano inteiro? Afinal, panetone é um bolo recheado”. Com um cenário de inflação, o consumidor deverá fazer escolhas e possivelmente os bolos recheados devem ser novamente um presente para amigos e entes queridos neste natal. “Temos [aumento de] 5% em faturamento e 3% em volume. Depende muito do Auxílio Emergencial, por incrível que pareça o auxílio faz com que a população tenha dinheiro, se alimente e panetone é um dos itens que ela gosta de comprar também. Panetone conquistou, nestes últimos anos, o lugar de presente de final de ano. Acreditamos, sem dúvida nenhuma, que vai aumentar essa possibilidade”, aposta Zanão.
De acordo com a Worldpanel, de novembro de 2021 a janeiro de 2022, em comparação com o mesmo período do ano interior, panetones para presente passaram de 19,7% para 32,9%, o que representa quase 8 milhões de novos lares. O economista Alessandro Azoni analisou o momento econômico e como devem ser as compras no final do ano: “Esse ano o brasileiro vai ser um pouco mais cauteloso nas suas despesas. E seu ticket médio para gastar em presentes deve diminuir ainda mais. O panetone pode até virar um presente, como já foi ano passado. Principalmente em algumas regiões do Brasil ele pode se tornar [presente] porque o valor agregado dele é muito alto, em relação à base da cesta básica e ao salário mínimo. Esse é um mercado que não deve repercutir com a mesma intensidade como tínhamos no passado”.