A viagem de Lula a Pequim, marcada para o fim de março, deve ser acompanhada de uma larga comitiva de 27 deputados e 12 senadores ao país. Além dos presidentes da Câmara e do Senado, foram convidados membros da frente parlamentar Brasil-China e lideranças do governo nas casas.
Empresários brasileiros disputam vaga na comitiva que acompanhará a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, no fim deste mês. A visita de Estado pretende intensificar os negócios com o país asiático, após um período de ruídos diplomáticos no governo de Jair Bolsonaro, e se tornou o roteiro mais cobiçado por agentes econômicos nos últimos anos. A lista da megacomitiva tem cerca de 200 empresários, de 140 setores, toda a cúpula do Congresso, governadores e ao menos seis ministros.
A comitiva já tem 32 parlamentares brasileiros, além dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Estarão presentes, ainda, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Renan Calheiros (MDB-AL), e Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
Na lista dos deputados convidados estão dois maranhenses:
Fábio Macedo (Podemos-MA), que é líder do Podemos;
Eliziane Gama (PSD-MA);
Megacomitiva
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com superávit a favor do País de US$ 61,8 bilhões, no ano passado. Mas há interesse do governo Lula em mudar esse perfil, baseado em exportação de commodities e importação de manufaturados, com o objetivo de gerar mais empregos para brasileiros. Diplomatas dizem que uma lista de acordos em diferentes áreas de cooperação está em discussão para ser firmada, incluindo uma iniciativa ambiental.
Os chineses têm acenado com investimentos na indústria automobilística nacional, com a expectativa de aquisição da antiga fábrica da Ford em Camaçari (BA) pela BYD. Há também interesse em ampliar as exportações de carne ao país, o que explica a presença de grandes frigoríficos na comitiva. A Embraer, por sua vez, reforçou a ofensiva para vender seu mais moderno avião comercial, um jato de médio porte 190 E2.
A dimensão da comitiva expõe o interesse comercial e político. Lula será o primeiro líder latino-americano recebido por Xi Jinping, recém-reeleito pelo Parlamento chinês para um terceiro mandato inédito. O petista também será recepcionado pelo primeiro-ministro Li Qiang. Do ponto de vista geopolítico, Lula quer discutir com Xi Jinping o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A comitiva empresarial terá representantes dos setores de infraestrutura, bancos, agronegócio, proteína animal, alimentos, roupas e calçados, telecomunicações, além de inovação digital. Entre as empresas que irão à China estão a JBS, Marfrig, Vale, Embraer, Suzano e os bancos Bradesco e Marka.