Doença crônica se manifesta através do aparecimento de manchas vermelhas, escamosas e irritadas na superfície da pele.
A psoríase, uma condição autoimune crônica, é definida pelo surgimento de lesões descamativas e avermelhadas na pele. Sua manifestação pode ocorrer em pessoas de todos os gêneros e em diversas fases da vida, da infância à idade adulta. Contudo, é mais comum entre 15 e 35 anos e, por possuir uma predisposição genética, afeta com mais frequência pessoas com histórico familiar da doença. O estresse, a falta de exposição solar e outros elementos ambientais podem agravá-la.
“As áreas de impacto podem variar, mas algumas das mais sensíveis são couro cabeludo, rosto, genitais e unhas. Muitos pacientes não usam shorts ou mangas curtas porque seus joelhos ou cotovelos estão afetados”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Efeitos sociais da doença
Apesar de não ser contagiosa, muitas pessoas pensam que a psoríase pode ser transmitida, então o paciente com a doença tende a se isolar socialmente. “A psoríase pode fazer com que as pessoas se sintam ansiosas e deprimidas. Sintomas cutâneos da psoríase podem aumentar em 32% o risco de doenças mentais causada por sintomas de pele, como depressão e ansiedade, podendo levar até mesmo ao suicídio”, alerta a Dra. Paola Pomerantzeff.
Tipos de psoríase
Existem vários sistemas de classificação para os tipos de psoríase, mas o mais comumente utilizado é o sistema de classificação clínica proposto pela Sociedade Internacional de Psoríase (International Psoriasis Council) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Portanto, a psoríase é categorizada em:
A forma clínica mais comum da psoríase se manifesta por meio de placas espessas e avermelhadas na pele. Nesse tipo de psoríase, a área dos joelhos é frequentemente afetada, sendo uma das manifestações mais comuns da doença.
2. Psoríase ungueal
Afeta as unhas e dedos, levando ao crescimento anormal da unha, seu engrossamento e perda de cor. A superfície áspera das unhas é uma característica notável dessa variante.
3. Psoríase do couro cabeludo
Surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar.
4. Psoríase gutata
Geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. Ela se caracteriza por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, braços, pernas e couro cabeludo.
5. Psoríase invertida
Tem maior incidência em áreas úmidas, como axilas, virilhas e regiões sob os seios. Essa variante apresenta características distintas devido ao ambiente em que se desenvolve.
Se caracteriza quando bolhas cheias de pus surgem rapidamente em várias partes do corpo. Essas bolhas podem aparecer poucas horas após a pele se tornar vermelha.
7. Psoríase eritodérmica
É a variante menos comum e pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos abruptos, uso ou retirada abrupta de corticosteroides, infecções ou por outro tipo de psoríase mal controlada. Ela se caracteriza por uma inflamação generalizada da pele.
8. Artrite psoriásica
Este tipo afeta as articulações, como cotovelos e joelhos. Além da inflamação na pele e da descamação característica da psoríase, a artrite psoriásica causa dores articulares intensas.
Como realizar o tratamento?
O tratamento da psoríase pode demandar semanas ou até meses para que os resultados se tornem visíveis. Quando a doença está localizada, a abordagem envolve a prescrição de medicamentos tópicos, que visam reduzir a proliferação excessiva das células cutâneas, responsáveis pela formação das placas características da psoríase.
No entanto, é possível que não funcionem para alguns pacientes e são inconvenientes, especialmente se várias áreas forem afetadas. “Os comprimidos podem reduzir a resposta imunológica hiperativa, mas alguns podem provocar sintomas gastrointestinais. Os medicamentos injetáveis, chamados de biológicos, são altamente eficazes, mas caros, e podem tornar as pessoas um pouco mais suscetíveis a infecções, pois diminuem a atividade imunológica no corpo”, completa a Dra. Paola Pomerantzeff.
A aplicação da fototerapia UV, também conhecida como terapia com luz ultravioleta, implica na exposição controlada da pele afetada pela psoríase à radiação ultravioleta. Essa estratégia tem evidenciado sua eficácia no gerenciamento das características inflamatórias e descamativas das lesões próprias da doença.
Outra adição aos possíveis tratamentos é a incorporação de alimentos ricos em probióticos. Esses são microrganismos benéficos que auxiliam na manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal e na função imunológica. O equilíbrio adequado das bactérias intestinais pode ter impacto nas doenças autoimunes, como a psoríase.
Exposição ao sol deve ser feita com segurança
Para os pacientes com essa doença, é interessante também procurar se expor ao sol com segurança, conforme indica a dermatologista. “A exposição segura ao sol é capaz de prevenir a psoríase e aliviar os sintomas da doença, pois a radiação solar possui efeitos imunomoduladores no controle da psoríase e é fundamental para a manutenção de um sistema imunológico saudável”, diz.
Introduza bons hábitos à rotina
Bons hábitos de vida também ajudam no controle e no tratamento desta condição. Para isso, é importante ter uma alimentação saudável e balanceada, aumentar a ingestão de líquidos, dormir bem e com qualidade e praticar exercícios físicos regularmente, mesmo dentro de casa. “Tudo isso com o intuito de trazer relaxamento, bem-estar e o controle do estresse”, destaca a médica.
Pessoas com psoríase devem cuidar da saúde mental
Quem tem psoríase tem mais chance de ter diabete e problemas cardíacos, e o risco de mortalidade também é maior. Por isso, é importante que o tratamento leve em conta todos esses aspectos. Também é essencial cuidar do lado emocional dos pacientes, já que essa condição pode afetar bastante a autoestima e qualidade de vida.