Cada um ao seu jeito, técnicos de Liverpool e Real Madrid protagonizam a decisão da Liga dos Campeões. Acompanhe a partida em Tempo Real no ge no próximo domingo, a partir das 16h
Jürgen Klopp e Carlo Ancelotti são os técnicos de Liverpool e Real Madrid, os finalistas da Liga dos Campeões. A decisão no próximo domingo, em Paris, terá o duelo particular entre dois treinadores de personalidades diferentes, filosofia e estilo de jogo diferentes, em momentos da carreira diferentes.
Será a quarta decisão de Champions de Klopp, perto de completar 55 anos de idade. A primeira foi pelo Borussia Dortmund, em 2013, na qual perdeu para o Bayern de Munique. As outras foram pelo Liverpool: em 2018, foi vice para o Real Madrid, e em 2019 ganhou do Tottenham.
— Essa temporada foi absolutamente incrível e não termina hoje, ela acaba na semana que vem. E vamos tentar absolutamente tudo. Temos cinco dias para nos prepararmos. Perder a liga aumenta o nosso desejo para a Liga dos Campeões — disse Klopp, após a vitória no domingo sobre o Wolverhampton.
O fato do Liverpool ter disputado o título do Campeonato Inglês até a última rodada com o Manchester City é uma semelhança com a campanha campeã de 2019. A Quádrupla Coroa não virá em 2021/22, mas o time conquistou a Copa da Liga Inglesa e a Copa da Inglaterra. Com mais esses dois troféus, já são seis sob o comando o treinador.
Títulos dos Reds com Jürgen Klopp:
- Copa da Liga Inglesa (2022)
- Copa da Inglaterra (2022)
- Campeonato Inglês (2020)
- Liga dos Campeões (2019)
- Supercopa da Europa (2019)
- Mundial de Clubes (2019)
O time tem a cara do seu treinador, reflete a sua personalidade. Carismática, intensa e direta. Segundo o próprio Klopp, futebol heavy metal. Sua filosofia de trabalho requer grande concentração, organização e velocidade dos jogadores. A equipe pressiona e ataca sem parar.
Ele chegou em Anfield no meio da temporada 2015/16. No primeiro ano, foi vice da Liga Europa e da Copa da Liga Inglesa, além de oitavo lugar no Campeonato Inglês. Dali em diante, o Liverpool sempre terminou no G-4 da Premier League. Quebrou um jejum de 30 anos na Inglaterra. Voltou a ser protagonista na elite do futebol mundial.
O sucesso com o Liverpool levou Jürgen Klopp a ser escolhido o melhor técnico do mundo em 2019 e 2020. A confiança no trabalho dele fez o clube renovar recentemente o seu contrato — segundo a imprensa inglesa, até 2026.
Ancelotti dá a volta por cima
Carlo Ancelotti nunca foi eleito pela Fifa como o melhor técnico. Mesmo sendo quem mais vezes chegou à final da Champions, e o único a conquistar as cinco principais ligas da Europa. O máximo para ele foi o segundo lugar em 2014, quando foi campeão da Copa do Rei, da Liga dos Campeões, da Supercopa da Europa e do Mundial de Clubes pelo Real.
Quádrupla Coroa numa temporada, nenhum título na seguinte. No segundo ano da primeira passagem do treinador pelo clube, Florentino Pérez decidiu demiti-lo — à revelia do apoio da torcida e dos jogadores.
O retorno em junho de 2021 se deu no contexto em que ele não era a prioridade e com a missão de recuperar a terra arrasada após outra temporada sem títulos e a saída de Zinedine Zidane. Era também a oportunidade para ele mesmo se reerguer na carreira.
Depois do primeiro ato em Madri, Ancelotti assumiu o Bayern de Munique em 2016/17 e ganhou três títulos. Mas os resultados ruins na Champions e os problemas de vestiário — raros para ele — pesaram. A demissão veio em setembro de 2017. O técnico, que até ali somava 19 troféus, atravessou anos de relativo ostracismo no Napoli e no Everton.
A volta ao Real Madrid , pelo menos até agora, passa longe disso. Sob a sua “liderança tranquila” (título de sua autobiografia), o time de Benzema, Vini Jr e companhia se ajeitou. Com sua serenidade, o italiano de 62 anos sabe como poucos gerir elencos estrelados e formar grandes equipes, que se adaptam ao adversário e às circunstâncias.
O Real faturou em 2021/22 a Supercopa da Espanha e o Campeonato Espanhol. Superou PSG, Chelsea e Manchester City no mata-mata para chegar à sua 17ª decisão europeia. Falta agora uma vitória para o 14º título, o quarto da carreira de Carlo na Liga dos Campeões.
— A nota da temporada é muito alta porque começamos bem e terminamos ainda melhor. O ambiente tem sido espetacular e agradeço aos jogadores por respeitarem as minhas decisões. Eles nunca cruzavam os braços se não jogavam. Mandei para o banco jogadores com quatro Champions. O ambiente fez a diferença — disse Ancelotti, no sábado.