O início efetivo das disputas eleitorais nos municípios do Maranhão, com a homologação de candidaturas nas convenções partidárias, começou a deixar mais evidente um racha que já vinha se desenhando na base do governador Flávio Dino (PCdoB).
O motivo é a sucessão do comunista e envolve lideranças que almejam disputar a eleição de 2022, como o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) e o senador Weverton Rocha (PDT).
Até o último fim de semana, posicionamentos dos dois sobre o tema davam-se apenas nos bastidores. Mas uma convenção em Colinas, reduto dos Brandão, tornou o assunto público, após discurso do pedetista.,
Ao lançar a candidatura do médico Antônio Carlos a prefeito, Rocha subiu ao palanque para discursar, e comentou a postura do atual vice-governador do estado, que foi seu companheiro de chapa na eleição de 2018, quanto ele se elegeu senador.
Weverton citou a existência de “disputas veladas” na base do governador, mas ressaltou que estas poderiam ser evitadas.
“Disputas veladas que era possível evitar, era possível se construir, através do diálogo, soluções”, disse, sem explicar efetivamente que tipo de solução, para qual tipo de problema, poderia ser “construída”.
O senador seguiu, em tom mais crítico ao aliado: apontando posições políticas “inexplicáveis” do vice. “Disputas que foram avançando e fomos vendo posições políticas de forma inexplicável acontecendo no interior do Maranhão”, afirmou.
O pedetista apontou, então, dois exemplos do que considera posicionamentos “inexplicáveis” de Brandão: o lançamento de candidaturas do Republicanos, partido do vice-governador, em Timon, e em Caxias.
“Quando eu penso que não, o grupo que lidera a prefeitura aqui, do vice-governador da minha chapa, o [Carlos] Brandão, eu vejo lá em Timon o partido dele contra o nosso grupo histórico, que é o do Luciano Leitoa. Ele vai pra outro lado”, destacou,
Luciano Leitoa é o atual prefeito de Timon, e apoiará na cidade a candidatura de Dinair Veloso, sua ex-secretária de Educação.
Já em Caxias, o Republicanos confirmou a candidatura à reeleição do prefeito Fábio Gentil, contra o candidato do governo, Adelmo Soares, que é do PCdoB, mas conta com o apoio do PDT de Weverton.
Nomes – Desde a reeleição do governador Flávio Dino, em 2018, percebem-se movimentos que pontam para uma fragmentação do seu amplo grupo.
Aliançados em prol de um projeto comum há dois anos, lideranças como Weverton Rocha e Carlos Brandão, eleitos senador e vice-governador na ocasião, começaram a se movimentar de olho na construção de bases para a sucessão governamental. Por isso, eles têm comumente marchado em campos opostos nas eleições municipais.
Em São Luís, por exemplo, o racha fica mais evidente: Rocha apoia a candidatura de Neto Evangelista (DEM); Brandão, a de Duarte Júnior (Republicanos).
Além destes dois, surgiu ainda durante o processo eleitoral de 2020, o nome do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, outro aliado de Dino. Presidente do PL no estado, ele também apoia Duarte na capital, mas tem atuado fortemente no interior para criar bases que garantam musculatura para uma possível candidatura a governador em 2022.
gilbertoleda