Gigantes protagonizam 24ª decisão da história, a terceira juntos, que pode ter sabor de vingança para Salah. Brasileiros devem ser maioria no jogo do Stade de France
Uma final de muita tradição. São 19 títulos em campo e dois times que estiveram em 24 decisões diferentes na história. Uma final com rivalidade. Salah que o diga. Uma final com Benzema, o favorito aos prêmios de melhor do mundo. Uma final global e protagonismo brasileiro. Liverpool e Real Madrid decidem a Liga dos Campeões, no Stade de France, em uma final gigante.
O Real Madrid é o maioral da competição. Está em sua 17ª final e tenta o 14º título. Tem números que parecem inalcançáveis e mostrou seu poder místico em Champions nas partidas contra PSG, Chelsea e Manchester City. E provoca respeito.
Mesmo com apenas três derrotas na temporada e dois títulos conquistados em 2021/22, Jürgen Klopp não adota outra postura diante do rival. Mas reitera maturidade de boa parte de seu elenco, que está na terceira decisão nas últimas cinco edições.
– É o clube mais condecorado da competição. Alguns de seus jogadores podem ganhá-lo pela quinta vez, e o técnico pode ganhá-lo pela quarta vez. Não podemos comprar essa experiência, mas estamos aqui pela terceira vez em cinco anos. Isso é especial. Não estamos pensando em como será a sensação de vencer. Estarmos no mais alto nível seria muito legal – disse o treinador do Liverpool.
Os Reds tentam sua sétima taça, que o colocariam na segunda posição dos maiores campeões, ao lado do Milan. Estão na 10ª final, a terceira contra o Real Madrid. O Liverpool, aliás, foi o último time capaz de derrotar os espanhóis em uma decisão, em 1981, também em Paris.
De lá para cá, a equipe merengue venceu nas seis vezes que chegou. Incluindo a de 2018, quando superou Jürgen Klopp, Salah e companhia em Kiev, por 3 a 1.
Clima de revanche
Aquela triste noite na Ucrânia há quatro anos proporcionou um sentimento diferente para Salah neste sábado. Dentre todos os 46 jogadores relacionados, só ele teve coragem de usar a palavra vingança para descrever o que pensa sobre enfrentar o Real Madrid. Revanche.
Em 2018, o egípcio foi substituído aos 30 minutos do primeiro tempo, machucado após falta de Sergio Ramos. Ele chorou ao ser substituído. E o Real Madrid fez 3 a 1 na segunda etapa.
Klopp, que faz sua quarta final de Champions, evitou acirrar a rivalidade, mas admitiu que o reencontro com o Real Madrid é diferente para o seu craque.
Do outro lado, Carlo Ancelotti olha para o seu time e exalta a trajetória no mata-mata. O italiano pode conquistar sua quarta taça do torneio e se isolar como treinador mais vezes campeão. Para chegar lá, ele enaltece a camisa do Real Madrid e apela até para o seu passado como técnico do Everton, rival do Liverpool.
– Algo estranho aconteceu. Desde o início da temporada, jogamos com times muito fortes que acreditavam que ganhariam a Liga dos Campeões – Paris Saint-Germain, Chelsea, Manchester City. O crédito vai para os jogadores e nossa torcida, que apoiou, apoiou e apoiou. A camisa tem peso, o orgulho do clube. Para mim, uma final com o Liverpool é como um derPor porque continuo sendo torcedor do Everton.
Final global com protagonismo brasileiro
Liverpool x Real Madrid é uma final europeia, mas não menos global. São 23 nacionalidades representadas em seus elencos e nos dois treinadores, com cinco continentes envolvidos. E o Brasil é um dos protagonistas, ao lado da Inglaterra. As duas nações são as que terão mais representantes nos dois times no Stade de France, com oito cada.
Mas a probabilidade é que os brasileiros sejam maioria em atividade no campo. São três titulares no Real Madrid (Militão, Casemiro e Vini Jr.), dois no Liverpool (Alisson e Fabinho) e os outros três têm boas chances de entrar no jogo (Rodrygo, Marcelo e Firmino).