Taxa de desocupação recuou 0,9% de setembro a novembro do ano passado em relação ao trimestre anterior.
O ano de 2022 trouxe resultados favoráveis para o mercado de trabalho. A taxa de desocupação recuou 0,9% de setembro a novembro do ano passado em relação ao trimestre anterior, de junho a agosto, e 3,5% na comparação com o mesmo período de 2021. Ainda assim, 8,7 milhões de pessoas ainda estão desempregadas no Brasil. A coordenadora de Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Adriana Beringue explica que a retração no mês de novembro é reflexo do acréscimo de 680 mil pessoas no mercado de trabalho, aumento de 0,7% na ocupação do período. “O contingente de trabalhadores informais no fim de 2020 foi o que mais respondeu a esse retorno da atividade e, com o passar dos trimestres, ao longo do ano de 2020 e, a partir do segundo semestre de 2022, a gente começa a observar o crescimento também do emprego com carteira. Se antes eu tinha um processo de recuperação muito calcado no trabalho informal, passamos agora, a partir do segundo semestre de 2022, a também observar uma recuperação de emprego com carteira”, diz.
De acordo com o IBGE, a taxa de desocupação vem caindo de forma significativa há seis trimestres, uma recuperação gradativa e setorialmente desigual. Existe um movimento de recuperação nas atividades como indústria, comércio, tecnologia da informação e da comunicação, além de um aumento recente no setor de serviços. “A pandemia trouxe fatos importantes e rápidos, o impacto, a perda de trabalho foi muito rápida, foi coisa de quatro meses. E o processo de recuperação está levando cerca de dois anos. O ano de 2022 ainda vai consolidar esse processo de recuperação que mais tardiamente foi observado nas atividades de serviços”, diz Beringue.
Apesar da queda expressiva do desemprego, ela reforça que o mercado de trabalho ainda é composto por muitos trabalhadores informais. A taxa de informalidade também teve queda e, agora, está em 38,9%, a menor desde o trimestre encerrado em novembro de 2020. Mesmo assim, ainda não 38,8 milhões trabalhadores nessa condição. “Aqui, a gente conta como trabalhador informal aquele porta-a-porta que não tem CNPJ,não tem MEI, a empregada doméstica que não tem carteira, o empregado no setor privado que não tem carteira. Todas as formas em que não há nenhuma salva-guarda do ponto de vista da inserção desse trabalhador com sua atividade laboral. Então, isso ainda é um contingente importante, cerca de 39 milhões de trabalhadores brasileiros”, aponta Beringue. Ainda de acordo com a pesquisa, o rendimento médio estimado foi de R$ 2.787 – aumento de 3% no trimestre.
*Com informações da repórter Soraya Lauand