O Festival de Cannes começou, nesta terça-feira (13), com a entrega de uma Palma de Ouro honorária para o ator Robert De Niro, em um clima politizado, com uma carta aberta de condenação à campanha militar israelense em Gaza, que gerou pressão sobre o júri. A 78ª edição do festival de cinema mais importante do mundo teve início às 19h15 locais (14h15 de Brasília) com o prêmio de reconhecimento pela carreira de Robert De Niro, um ator que já recebeu duas estatuetas do Oscar e que, aos 81 anos, é uma das principais vozes críticas no mundo do cinema contra o presidente Donald Trump. O prêmio foi entregue por Leonardo DiCaprio.
O lendário ator de Hollywood Robert de Niro disse, que nos Estados Unidos “estamos lutando ferozmente pela democracia, que sempre demos como certa”, em discurso na cerimônia de abertura do Festival de Cannes. “A arte é inclusiva, une as pessoas, como nesta noite, a arte busca a liberdade, a arte inclui a diversidade e por isso a arte está ameaçada! Por isso somos uma ameaça para os autocratas e os fascistas deste mundo”, disse o ator, de 81 anos, ao receber a Palma de Ouro honorária por sua carreira prolífica.
Morte de fotojornalista
Antes da cerimônia de abertura, mais de 380 personalidades do mundo do cinema publicaram uma carta aberta na qual denunciaram a guerra em Gaza, após a morte, em abril, de uma fotojornalista palestina que protagonizou um documentário que será exibido em Cannes.
“Nós, artistas e atores/atrizes do âmbito cultural, não podemos permanecer em silêncio enquanto acontece um genocídio em Gaza”, afirma o texto. Assinada por Pedro Almodóvar, Susan Sarandon, Richard Gere, Alfonso Cuarón, Javier Bardem e Costa-Gavras, entre outros, a carta recorda a tragédia de Fatima Hassouna, fotojornalista que morreu em um bombardeio israelense em meados de abril.