À CPMI do 8 de Janeiro, o hacker afirmou que Cid estava presente em um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou à Polícia Federal por volta das 10h desta segunda-feira, 28, para prestar novo depoimento. Desta vez, ele será ouvido sobre a relação do ex-presidente com o hacker Walter Delgatti Netto. Cid presta depoimento no âmbito da investigação que apura as ações de Delgatti, preso por inserir dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além disso, o hacker disse, em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, que Cid estava presente em reunião na qual Bolsonaro e aliados propuseram que ele simulasse uma invasão às urnas eletrônicas. Segundo Delgatti, o então presidente também afirmou que providenciaria um “indulto” caso ele fosse preso. No dia da oitiva, o ex-presidente confirmou à Jovem Pan que se encontrou com o hacker em um café da manhã, mas negou que tenha feito algum pedido referente às urnas. O caso também envolve a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que teria feito a ponte entre Delgatti e Jair Bolsonaro.
Mauro Cid
Preso desde maio por suposto envolvimento em um esquema de fraude de cartões de vacinação, Mauro Cid é suspeito de estar envolvido em outros esquemas, segundo investigações da Polícia Federal. Outro caso em que Cid é investigado é o das joias sauditas supostamente vendidas no exterior. Os itens de luxo foram dados ao governo brasileiro quando Jair Bolsonaro era presidente da República. Cid também é citado em inquéritos da PF sobre a organização e divulgação dos atos de 8 de janeiro de 2023.