O Supremo Tribunal Federal (STF) sempre exerceu forte influência política na história brasileira, e esse protagonismo permanece evidente nos dias atuais. Em reportagem publicada neste sábado (24), o jornal O Globo destacou como a atuação de ministros da Corte ultrapassa o campo jurídico e projeta alguns deles como potenciais candidatos à Presidência da República.
O presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, sintetizou esse papel ao afirmar em diferentes ocasiões que cabe ao Supremo “empurrar a história na direção certa”. A influência da Corte, porém, não é recente. O jornal lembra que figuras como Pedro Lessa, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva tiveram trajetórias marcadas por embates políticos e até cassações em períodos de instabilidade democrática.
Nos tempos recentes, ministros como Joaquim Barbosa ganharam projeção nacional a ponto de serem cogitados para cargos eletivos. Atualmente, os nomes mais comentados nos bastidores são os de Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Segundo a reportagem, uma pesquisa da Atlas Intel apontou que Moraes, relator de casos como o das fake news e da tentativa de golpe de 8 de janeiro, é um dos ministros mais conhecidos e avaliados do país, com 49% de aprovação, mas também 51% de desaprovação, reflexo da polarização política.
Já Flávio Dino, ex-governador do Maranhão e ex-ministro da Justiça, surge como alternativa no campo da esquerda. Sua indicação ao Supremo, segundo O Globo, teria sido também uma estratégia do presidente Lula para afastá-lo da corrida presidencial. A publicação ressalta que “suas últimas decisões, de combate ao uso descontrolado das emendas parlamentares até a mais recente, de definir que a Lei Magnitsky não pode ser aplicada em território nacional, são consideradas ações para se popularizar”.
Além deles, Barroso chegou a ser apontado como um possível nome para a sucessão presidencial, especialmente após o discurso de posse como presidente da Corte, considerado um programa de governo. No entanto, sua gestão foi marcada por crises com o Legislativo e hoje as especulações giram em torno de um eventual retorno à advocacia ou a possibilidade de assumir a embaixada do Brasil em Paris.