A malha aeroportuária do Maranhão se aproxima de um novo ciclo após o anúncio da venda dos aeroportos de São Luís e Imperatriz ao grupo mexicano ASUR, um dos maiores operadores aeroportuários da América Latina. O acordo prevê a transferência de 100% da Companhia de Participações em Concessões, estrutura que reunia os ativos aeroportuários da Motiva Infraestrutura de Mobilidade no Brasil e no exterior.
O negócio, estimado em R$ 5 bilhões, ainda pode sofrer ajustes até a conclusão, prevista para o primeiro semestre de 2026. Somada a dívida líquida assumida pelo grupo, a avaliação chega a R$ 11,5 bilhões. Segundo a Motiva, a venda faz parte de uma reorientação estratégica que mira investimentos mais robustos nos setores rodoviário e ferroviário.
Com a chegada da ASUR, cresce a expectativa de uma requalificação profunda nos terminais maranhenses. O grupo administra o Aeroporto Internacional de Cancún — um dos mais movimentados do continente — e tem histórico de apostar em obras de ampliação, modernização tecnológica e políticas agressivas de eficiência operacional. A experiência internacional alimenta a expectativa de que São Luís e Imperatriz recebam investimentos capazes de reduzir gargalos históricos e fortalecer o potencial turístico e econômico do estado.
Antes de assumir o controle, a ASUR precisa receber aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de autoridades concorrenciais estrangeiras. Até lá, os aeroportos seguem operando normalmente sob a gestão atual.
A operação envolve ainda uma carteira ampla de ativos da Motiva em diferentes regiões, como Confins, Curitiba, Foz do Iguaçu, Navegantes, Goiânia, Palmas e Teresina, além de terminais na Costa Rica, no Equador e em Curaçao — movimento que posiciona o grupo mexicano entre os protagonistas do mercado aeroportuário brasileiro.












