Árbitro brasileiro Ramon Abatti Abel recebeu a denúncia do zagueiro alemão e acionou pela primeira vez no torneio o protocolo para casos como este, fazendo um X com os braços.
A vitória do Real Madrid sobre o Pachuca pela Copa do Mundo de Clubes, neste domingo (22), foi marcada por uma grave acusação de racismo. O zagueiro alemão Antonio Rüdiger afirmou ter sido alvo de uma ofensa racista por parte do argentino Gustavo Cabral, defensor da equipe mexicana. O episódio ocorreu já nos acréscimos do segundo tempo, após uma disputa dentro da área. O atleta merengue caiu pedindo pênalti, mas Cabral reagiu acusando o adversário de simulação, o que gerou uma discussão acalorada entre os dois. Segundo o clube espanhol, o xingamento proferido foi “negro de m**da”.
Durante o bate-boca, Rüdiger se dirigiu ao árbitro brasileiro Ramon Abatti Abel para relatar a ofensa. O juiz, então, acionou o protocolo antirracismo da Fifa, fazendo o gesto de braços cruzados, que indica uma denúncia formal de conduta discriminatória em campo. Essa foi a primeira vez que o gesto foi utilizado na atual edição do torneio. Como a arbitragem não presenciou o momento exato da suposta ofensa, o jogo prosseguiu normalmente, mas a situação será analisada pelas autoridades esportivas.
Após o apito final, Rüdiger e Cabral voltaram a se desentender, sendo rapidamente contidos por companheiros de ambas as equipes. Na entrevista coletiva, o técnico do Real Madrid, Xabi Alonso, prestou apoio ao zagueiro alemão. “Está no protocolo da Fifa investigar o que aconteceu e tomar medidas. É inaceitável. Não há tolerância com isso no futebol”, afirmou.
Jogadores do Pachuca que falaram com a imprensa após o jogo negaram a acusação e disseram que o defensor do Real Madrid não entendeu o que falou Cabral durante a discussão. A Fifa ainda não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia.