Líder russo fez um dicsuro de mais de duas horas à nação nesta quinta-feira e disse que fará de tudo para acabar com o conflito do Leste Europeu e erradicar o nazimo em solo ucraniano.
Recém completado dois anos da guerra na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que também disputa as eleições presidenciais, que ocorrerá entre os dia 15 e 17 de março, alertou nesta quinta-feira, 29, as potências ocidentais sobre o risco “real” de uma guerra nuclear em caso de agravamento do conflito na Ucrânia. “Precisariam entender que também temos armas capazes de atingir alvos em seu território. Tudo o que inventam neste momento, além de assustar o mundo, é uma ameaça real de um conflito em que serão utilizadas armas nucleares, o que significa a destruição da civilização”, disse o presidente russo durante o discurso à nação para definir as prioridades do país.
Os países “falaram da possibilidade de enviar contingentes militares ocidentais à Ucrânia (…) mas as consequências destas intervenções seriam realmente trágicas”, afirmou Putin diante da elite política russa no Gostiny Dvor, um palácio de congressos perto da Praça Vermelha, em Moscou. A guerra entre Rússia e Ucrânia completou dois anos no dia 24 de fevereiro e, atualmente, se encontra estagnadas, com nenhum dos dois lados avançando. Contudo, o líder russo prometeu fazer de tudo para acabar com a guerra e erradicar o nazismo em solo ucraniano.
“Quando a pátria defende sua soberania e segurança, protege a vida de seus compatriotas em Donbas e Novorossiya, o papel decisivo nessa luta justa pertence aos cidadãos russos, à sua unidade, devoção à sua pátria e responsabilidade por seu destino”, analisou. O discurso de Putin neste ano, que durou mais de duas horas e foi o mais longo desde que chegou ao Kremlin, em 2000, veio em um momento mais positivo, diferente do ano passado, quando sua tropa havia recuado no sul e nordeste da Ucrânia após uma tentativa frustrada de tomar Kiev no início de 2022.
O líder russo, que não terá concorrência nas eleições presidenciais de março, homenageou os soldados que lutam na Ucrânia. “A implementação de todos os planos anunciados hoje depende diretamente de nossos soldados, oficiais, voluntários e de todo o pessoal militar que está lutando na linha de frente. Da coragem e da determinação de nossos companheiros de batalha que defendem a pátria”, disse o mandatário, enfatizando que os soldados russos criam “condições absolutamente necessárias para o futuro do país e seu desenvolvimento”. “Somos uma grande família. Acredito em nossas vitórias e sucessos, acredito no futuro da Rússia”, proclamou o presidente diante das principais autoridades do país.
O chefe do Kremlin garantiu que o país não esquecerá os mortos na chamada operação militar especial, que, segundo ele, foi apoiada pela “maioria absoluta” da população. Durante seu discurso, ele pediu um minuto de silêncio em homenagem aos mortos, embora a última vez que Moscou reportou baixas em suas fileiras tenha sido em setembro de 2022, quando o número foi de 5.937. O Exército russo tem a iniciativa em vários setores da frente ucraniana, onde conquistou várias localidades, especialmente na região oriental de Donetsk.
Apesar do longo discurso, o russo manteve o silêncio sobre a morte de seu principal opositor, o ativista anticorrupção Alexei Navalny, que morreu em 16 de fevereiro na prisão, em circunstâncias sombrias. Putin, que nunca pronuncia o nome de Navalny, ainda não comentou a morte, que causou comoção dentro e fora do país.
*Com informações das agências internacionais