Mandato do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, terminou em 20 de maio mas eleições foram adiadas em meio à guerra
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (28) que a Ucrânia deveria realizar uma eleição presidencial após o término do mandato de cinco anos do presidente Volodymyr Zelensky.
Zelensky não enfrentou eleições apesar do término de seu mandato, devido a atual conflito do país com a Rússia. O atual presidente e seus aliados consideram que a decisão de adiar as eleições seria o correto a se fazer em tempos de guerra.
Putin disse que a única autoridade legítima na Ucrânia agora é o parlamento. Para o presidente russo, o chefe da assembleia ucraniana que deveria liderar o país.
Ucrânia não tem previsão para realizar eleições presidenciais
As eleições ucranianas deveriam ter acontecido no dia 31 de março. Embora tenha sido o dia em que a Constituição diz que a Ucrânia deveria votar, ela também não permite que se realize eleições em tempos de guerra
A alternativa seria suspender a lei marcial durante o período eleitoral.
O próprio Zelensky disse estar aberto à ideia, mas nos últimos meses deixou claro que não é algo que ele acredita que o país possa ou deva fazer.
As pesquisas de opinião também sugerem que há pouco apetite entre os ucranianos por votar – apenas 15% dos entrevistados disseram ao Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, em fevereiro, que o país deveria realizar eleições.
Oleksiy Koshel, do Comitê de Eleitores da Ucrânia, um grupo de pressão que procura defender os direitos democráticos, vê um claro cálculo político em funcionamento.
Koshel acredita que a equipe de Zelensky inicialmente queria realizar eleições porque o apoio do presidente era muito grande. Mas quando seu apoio começou a cair no final do ano, a liderança esfriou a ideia.
Ruslan Stefanchuk, presidente do Parlamento da Ucrânia, eleito com o apoio do partido “Servidor do Povo” de Zelensky, articula a posição do governo.
O político ucraniano disse que não seria possível garantir que todos os elegíveis conseguiriam votar. Ele apontou para as 7 milhões de pessoas que se acredita terem deixado a Ucrânia desde o início da invasão em grande escala e para os vários milhões que foram deslocados internamente.
Mais sensíveis, talvez, são as pessoas que vivem no que a Ucrânia chama de territórios temporariamente ocupados. Isso representa cerca de 20% do país que está sob controle russo.
Outro grupo de pessoas cuja participação nas eleições constituiria um desafio são os das forças armadas, especialmente os que ocupam posições de combate na linha da frente.
“Seria injusto privar o direito de voto nas eleições aos soldados que defendem a independência do nosso país à custa das suas vidas e saúde”, disse Stefanchuk.