Líderes da África vão ficar três dias em Washington para debater sobre possíveis investimentos norte-americanos, falar sobre segurança alimentar e mudanças climáticas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebe nesta segunda-feira, 12, líderes africanos com o objetivo de revitalizar as relações com o continente diante da concorrência da China e da Rússia e apoiar o ingresso da União Africana (UA) no G20, declarou o assessor presidencial. “Esta década será decisiva. E os próximos anos determinarão como o mundo será reorganizado”, comentou o assessor Judd Devermont. O encontro entre os representantes vai durar três dias em Washington e será uma oportunidade para anunciar novos investimentos, falar sobre segurança alimentar – agravada pela guerra na Ucrânia – e mudanças climáticas, mas também sobre democracia e governabilidade. Biden também vai aproveitar o momento para mostrar que os Estados Unidos continuam interessados na África, oito anos depois da primeira cúpula deste tipo, em 2014, sob a presidência de Barack Obama, de quem Biden foi vice-presidente.
Durante o governo de Donald Trump, o empresário não escondeu seu desinteresse pelo continente africano, enquanto Biden, defensor do multilateralismo, pretende recolocar a África no centro da diplomacia mundial. A cúpula decorre da nova estratégia para a África apresentada em meados deste ano e que inclui uma revisão da política americana na região subsaariana, para contrabalancear a presença chinesa e russa. Uma questão importante a ser discutida será o destino da Lei Africana de Crescimento e Oportunidades, o acordo de 2000 que concedeu acesso isento de impostos ao mercado dos EUA para a maioria dos produtos de nações subsaarianas que atendem aos padrões de direitos humanos e democracia. O pacto expira em 2025. Atualmente a China é o maior credor mundial de países pobres e em desenvolvimento e investe pesadamente no rico continente africano. A Rússia também aumentou substancialmente sua presença na região, inclusive enviando mercenários, e cultiva laços estreitos com algumas capitais, principalmente aquelas que decidiram, no início de março, não votar uma resolução das Nações Unidas condenando a invasão da Ucrânia.
*Com informações da AFP