Estados Unidos e China suspenderam nesta quarta-feira (14) parcialmente e durante 90 dias as elevadas tarifas que haviam sido impostas de modo recíproco, em uma trégua temporária da guerra comercial que abalou os mercados e as cadeias de suprimento internacionais. Representantes das duas principais economias do mundo concordaram, durante reuniões no fim de semana, em reduzir drasticamente as tarifas de importação que ameaçavam paralisar de fato o comércio bilateral.
O presidente americano, Donald Trump, disse que Washington tem um rascunho para um acordo comercial “muito sólido” com a China, que permitirá “a abertura” da economia do país asiático às empresas americanas.”Temos a estrutura de um acordo muito, muito sólido com a China. Mas a parte mais emocionante do acordo é a abertura da China aos negócios com os Estados Unidos”, declarou o republicano ao canal conservador Fox News.
Trump provocou um terremoto no comércio internacional com a imposição generalizada de tarifas, particularmente agressivas contra a China. Pequim respondeu com medidas semelhantes contra as importações americanas. Após quedas expressivas nas Bolsas e das dificuldades relatadas por muitas empresas, as partes iniciaram negociações durante o fim de semana na Suíça que resultaram em um acordo para a suspensão parcial das tarifas durante 90 dias.
Segundo o acordo, após a meia-noite de quarta-feira em Washington (1h00 em Brasília), as tarifas americanas sobre os produtos chineses caíram de 145% para 30% e os impostos cobrados por Pequim passaram de 120% para 10%. As autoridades chinesas optaram pela discrição nos comentários sobre o que foi definido em Genebra e continuam sua campanha diplomática para apresentar o país como um parceiro mais estável e defensor veemente do livre comércio.
“Não há vencedores em uma guerra tarifária ou uma guerra comercial”, disse o presidente Xi Jinping em uma reunião de cúpula com países da América Latina e do Caribe em Pequim, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal nome da diplomacia chinesa, Wang Yi, incentivou os países da região a atuar em parceria com Pequim contra as tarifas e criticou “certa potência mundial” que está “obcecada” com a lei do mais forte.