Christian Zurita, de 53 anos, é jornalista e crítico do correísmo, que tentou atrapalhar a participação do presidenciável.
A autoridade eleitoral do Equador aprovou por unanimidade na quarta-feira,16, à noite a candidatura do jornalista Christian Zurita, 53 anos, para a eleição presidencial que será realizada no domingo, 20 de agosto. Zurita vai substituir o centrista Fernando Villavicencio, que foi assassinado a tiros há uma semana na saída de um comício em Quito. “Por unanimidade e com base no relatório apresentado para nossa consideração, qualificamos a candidatura presidencial de Christian Zurita”, escreveu a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, na rede X (antes Twitter). Antes da aprovação oficial da candidatura, o CNE abriu o caminho para a decisão ao rejeitar um recurso apresentado pelo movimento esquerdista do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) para impedir sua postulação. O correísmo alegou que Zurita aparecia inscrito pelo partido de centro-direita Renovación Total (Renovação Total, Reto) e não pelo Construye (Construir), que dá o aval presidencial, e que por isso estaria incorrendo em dupla militância.
Em comunicado, o CNE destacou que “rejeitou o recurso apresentado contra a candidatura, uma vez que o candidato não é filiado a nenhuma organização política. Em consequência, foi aprovada a qualificação de sua candidatura, após a verificação do cumprimento dos requisitos previstos na norma eleitoral em vigor”. Zurita argumentou que um documento que o vinculava ao Reto era falso porque sua assinatura não era verdadeira e pediu ao CNE que revogasse a validade do documento para o primeiro turno de domingo. Zurita celebrou a primeira decisão do CNE: “Estamos a poucas horas de que se oficialize a candidatura de Christian Zurita e Andrea González Nader”, sua candidata à vice-presidência, disse em Guayaquil. Apesar da substituição, não haverá tempo para substituir as cédulas eleitorais, o que fará com que o rosto de Villavicencio esteja estampado nas mesmas. Mesmo com o assassinato do candidato à presidência que aparecia entre a quarta r quinta posição de intenção de votos, o atual chefe de Estado, Guilherme Lasso, não quis adiar a votação a manteve no dia 20 de agosto.
Também jornalista e crítico do correísmo como Zurita, Villavicencio foi assassinado a tiros por um mercenário colombiano na quarta-feira da semana passada ao sair de um comício em Quito. Com colete à prova de balas e capacete, protegido por policiais, o agora presidenciável visitou na quarta-feira o local onde seu amigo Villavicencio foi assassinado. “Neste momento de profunda pesa, nos reunimos para honrar a memória de Fernando, um líder apaixonado e comprometido cujo legado vai perdurar no tempo. Sua dedicação incansável ao nosso país e seus valores ressoarão a cada passo que dermos para um futuro melhor”, escreveu nas redes sociais. Villavicencio, um ferrenho opositor ao correísmo, era jornalista investigativo. Uma de suas reportagens ao lado de Zurita levou Correa, que vive na Bélgica desde que deixou o poder em 2017, a ser condenado à revelia a oito anos de prisão por corrupção.
*Com informações da AFP