Israel demanda o deslocamento imediato de mais de um milhão de habitantes do norte da região para o sul, em meio ao seu intenso bombardeio em represália pelos ataques sofridos desde o último sábado, 7.
O exército israelense lançou, nesta sexta-feira, 13, milhões de panfletos em árabe de aviões sobre a Faixa de Gaza que ordenam saída imediata de mais de um milhão de habitantes do norte da região para o sul, em meio ao seu intenso bombardeio em represália pelos ataques do Hamas. A ONU (Organização das Nações Unidas) pede o cancelamento da medida de evasão e adverte que o deslocamento deve ter consequências “devastadoras”. No comunicado, o exército de Israel convoca para a “retirada de todos os civis da Cidade de Gaza de suas casas, para o sul, para sua própria segurança e proteção, e transferência para a área ao sul de Wadi Gaza”. O exército deu um prazo, em princípio, de 24 horas, mas depois admitiu que essa retirada “levará tempo”. O Hamas rejeitou imediatamente a ordem. “Nosso povo palestino rejeita a ameaça dos líderes da ocupação (israelense) e seus apelos para que deixem suas casas e fujam para o sul, ou para o Egito”, declarou o grupo palestino em um comunicado.
Informada momentos antes da ordem israelense de “realocação” de 1,1 milhão de habitantes, a ONU fez um apelo pela anulação da medida. Uma retirada desse tipo é “impossível sem causar consequências devastadoras”, alertou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU. O Ministério palestino da Saúde também observou que é “impossível retirar pacientes vulneráveis dos hospitais no norte de Gaza”. Desde o início das hostilidades, no último sábado, 7, na esteira de um sangrento ataque do movimento islâmico palestino Hamas, mais de 1.200 pessoas morreram em Israel, a maioria civis. Entre os mortos, há pelo menos 258 soldados israelenses, segundo o Exército. Na Faixa de Gaza, os maciços bombardeios israelenses, lançados em resposta, deixaram ao menos 1.537 mortos, incluindo muitos civis, segundo as autoridades locais. O grupo islâmico também mantém cerca de 150 reféns na Faixa, dos quais 13, “incluindo estrangeiros”, morreram em bombardeios israelenses, disse o braço armado do Hamas nesta sexta.