Em uma era onde a tecnologia reina soberana, a Câmara Municipal de Santa Inês, no Maranhão, parece ter se perdido em um portal para o passado. O presidente da casa, Joel da Sinuca, conseguiu o feito inédito de ser condenado pela justiça por não manter um sistema eletrônico de ponto para seus funcionários. Sim, em pleno século XXI, a Câmara de Vereadores ainda se apegava ao bom e velho livro de ponto, um método tão antiquado quanto um disco de vinil.
O problema, no entanto, vai muito além da falta de modernidade. A ausência de um sistema de controle de ponto abriu as portas para a proliferação de funcionários fantasmas, um problema que parece ser hereditário na família. O sobrinho de Joel, o prefeito Pinóquio, também é mestre na arte de criar cargos fictícios. A câmara abriga nada menos que 51 assessores de parlamentares, três para cada um, além do quadro efetivo.
A soma de todos os funcionários, incluindo os assessores fantasmas, chega a mais de 77 pessoas em cargos comissionados que custam aos cofres públicos por mês a bagatela de R$ 129.384,18. É um exército de “fantasmas” que assombra os cofres públicos e deixa os verdadeiros servidores em estado de perplexidade.
O Ministério Público, cansado de ver o dinheiro público sendo dilapidado, entrou em ação e finalmente obrigou a Câmara a adquirir um relógio de ponto eletrônico. Joel da Sinuca, que já acumula uma coleção de multas e condenações, agora terá que se adaptar ao mundo digital do terceiro milênio, ainda que seja um pouco tarde para isso.
A condenação do presidente da Câmara é um sinal claro de que a impunidade não será tolerada. É hora de acabar com a farra dos funcionários fantasmas e garantir que o dinheiro público seja utilizado para o bem da sociedade.
A justiça finalmente chegou, mas será que Joel da Sinuca aprendeu a lição?
SENTENÇA: 0800329-83.2022.8.10.0056_123778965