O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, participou nesta terça-feira (25) da solenidade de abertura do seminário Conectividade Significativa: um novo desafio para o Brasil. O evento, promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem por objetivo trocar experiências, fomentar o debate e engajar a promoção da conectividade significativa a todos os brasileiros.
Segundo Juscelino Filho, à medida que a ampla disponibilidade do acesso à Internet torna-se uma realidade no Brasil, a conectividade significativa passa a ser o foco principal das políticas públicas elaboradas pelo Ministério das Comunicações (MCom). “Estamos comprometidos em prover conectividade universal para todos, dentro dos próximos anos, e estamos fazendo investimentos expressivos com enorme progresso em relação a essa meta”, disse o ministro.
Ele ainda ressaltou que a implantação dos compromissos de cobertura assumidos pelas prestadoras de serviços de telecomunicações na Licitação de Radiofrequências 5G, os investimentos nos programas Norte Conectado e Nordeste Conectado, bem como os projetos apoiados com financiamento via recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e o Programa Internet Brasil, serão fundamentais para alcançar as metas estabelecidas pelo Governo Federal.
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, apontou que a Agência está alinhada e trabalhando para alcançar os objetivos do MCom. “O desafio hoje é garantir que as pessoas que têm acesso a internet possam utilizar esse serviço de uma forma plena e segura”, disse ao alertar que 67% dos brasileiros conectados não sabem utilizar a internet. “Precisamos começar a pensar em como ensinar as pessoas a utilizarem as redes nos locais onde ela está disponível”, finalizou Baigorri.
A falta de habilidade digital de uma parcela significativa da população também é uma preocupação do ministro das Comunicações. “Essa realidade exigirá um conjunto de iniciativas e, uma delas, é a introdução de elementos específicos de letramento digital no processo de ensino nas escolas públicas brasileiras”, destacou.
INVESTIMENTO – Durante o evento, o representante do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), Morgan Doyle, destacou que a instituição aprovou uma linha de crédito, chamada Brasil Mais Digital, no valor de US$ 1 bilhão. “Essa linha visa financiar, com baixo custo, políticas públicas federais, estaduais e municipais em três eixos principais: infraestrutura digital, soluções financeiras e reforma de políticas e regulamentação”, explicou.
Doyle disse que os recursos desta linha de crédito serão direcionados aos projetos que irão contribuir para a transformação digital por meio de uma maior e melhor conectividade; a adoção de novas tecnologias; a formação de talentos digitais; e a modernização dos serviços públicos.
PARCERIAS – A diretora e Representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Noleto, deu destaque para a desigualdade de conectividade entre os estudantes brasileiros, e que ficou mais evidente durante a pandemia da Covid-19. “Nossos estudantes tiveram acesso à educação de maneira muito desigual. Não só pelos pacotes de dados serem desiguais, mas também porque nem todos tinham os equipamentos necessários para assistir às aulas remotamente”, acrescentou.
Noleto disse que os desafios são muitos, mas que a parceria com o MCom e a Anatel será fundamental para um olhar conjunto e comprometido com o objetivo de ampliar a inclusão digital e garantir o pleno acesso à cidadania.