Vaticano informou que o chefe da igreja católica pode ser submetido a mais exames, e que é ‘possível’ que ele passe a noite no hospital.
A agenda de quinta-feira, 30, do papa Francisco foi cancelada nesta quarta-feira, 29, após o pontífice ser internado para “exames médicos programados”, informou uma fonte de Vaticano. “A agenda do papa foi suspensa caso ele tenha que fazer mais exames”, declarou, acrescentando que é “possível” que o chefe da igreja católica passe a noite no hospital. O argentino, de 86 anos, foi internado nesta quarta em Roma. “O Santo Padre está no (hospital) Gemelli desde esta tarde para exames previamente programados”, afirmou o diretor da secretaria de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. Desde 2021, quando passou 10 dias internado devido a uma operação no intestino grosso, Francisco, que declarou que a cirurgia deixou sequelas, está com a saúde debilitada. Em 2022, ele passou a utilizar um bengala para o ajudar a andar quando não está de cadeira de rodas. Ele tem um problema no joelho direito e descartou operação, aconselhado por seus médicos. O argentino tem osteoartrite, também chamada de artrose, do joelho direito.
O Vaticano relatou apenas que o pontífice argentino está internado, mas não esclareceu por quanto tempo ou se a internação está relacionada com a operação de cólon à qual foi submetido em julho de 2021. Francisco, que comemorou 10 anos de papado em março, participou da audiência geral na manhã de quarta-feira na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorrindo enquanto cumprimentava os fiéis em seu “papamóvel”. No entanto, segundo os fotógrafos, se movimentava com dificuldade e parecia sentir fortes dores. No ano passado, ele deixou claro que abriria mão do trono de São Pedro caso sua saúde o impeça de desempenhar suas funções e ele não tenha mais condições de fazer seu trabalho – ele tem uma carta de renúncia assinada. O hospital Gemelli é o centro médico onde o papa João Paulo II também foi hospitalizado em várias ocasiões e teve um tumor benigno no cólon removido em 1992. A saúde do papa, sobretudo devido à idade de Francisco e a seus problemas para andar, costumam levantar todo tipo de especulações. Nas várias entrevistas concedidas nos últimos meses, o papa latino-americano evocou a possibilidade de renunciar, tal como fez seu antecessor em 2013, Bento XVI, que morreu no final de 2022. Em julho passado, Francisco confessou que “já não podia viajar” com o mesmo ritmo de antes e inclusive mencionou que poderia se afastar.
Em fevereiro, esclareceu que a renúncia de um papa “não deve virar moda” e que essa ideia “no momento não estava em sua agenda”. Há um ano, Francisco conta com um “assistente pessoal de saúde”, uma enfermeira, que o acompanha de forma permanente. A saúde dos papas tem sido sempre uma “matéria reservada” para o Vaticano e mantida geralmente em segredo. O médico e jornalista argentino Nelson Castro apresentou recentemente em Roma um livro sobre a saúde dos papas e as doenças sofridas por eles desde Leão XIII e falou em particular sobre o tema com Francisco. Ele afirmou a Castro que havia se “recuperado por completo” e que “não havia se sentido limitado desde então”. Também confessou que quando residia na Argentina tratou dores nas costas com acupuntura chinesa, que sofria de “cálculos na vesícula biliar” e que, em 2004, teve um problema cardíaco “temporário” devido a um ligeiro estreitamento de uma artéria