Publicação feita pela Universidade de Zurique mostra que 74% das vítimas são menores de idade; abusadores são homens na maioria dos casos.
Um estudo científico divulgado nesta terça-feria, 12, pela Universidade de Zurique, na Suíça. revelou quase mil vítimas e abusos sexuais na Igreja Católica do país desde 1950. A professora Marietta Meier, responsável por dirigir o estudo, afirmou que a descoberta é “apenas a ponta do iceberg”, já que a maioria dos casos não foram denunciados ou os documentos foram destruídos. Os primeiros resultados mostram que 74% das vítimas são menores de idade. Em relação ao gênero, 56% das vítimas são homens, enquanto outros 39% são mulheres. Nos outros casos, o gênero da vítima é desconhecido, de acordo com o documento. Ao todo, 510 pessoas cometeram os abusos, sendo quase todos homens.
Os investigadores ressaltam que, assim como em outros lugares do mundo, na Suíça, “ficou claro que as autoridades da Igreja ignoravam, ocultavam, ou minimizavam a maioria dos casos de abuso sexual analisados até os anos 2000”. “Quando se veem obrigados a agir, com frequência fazem isso não se concentrando nas pessoas afetadas, mas para proteger os autores, a instituição, ou sua própria posição”, continuam os autores do estudo. A presidente da Conferência Central Católica Romana da Suíça, Renata Asal Steger, afirmou que a questão “nos preocupa há muito tempo, nos aflige e nos envergonha”. “Passamos batido no tema, foram apresentadas inúmeras desculpas e ações que não fazem jus ao que as vítimas têm direito”, reconheceu. os resultados serão concluídos com uma nova campanha de investigação que deverá durar três anos.