Em encontro na última quinta, países discutiram ainda a possibilidade de o país sul-americano ingressar no BRICS
Argentina e Índia concordaram nesta quinta-feira, 25, em fortalecer as relações econômicas e a agenda política por meio de acordos bilaterais entre as duas nações, segundo informaram fontes oficiais. O presidente argentino Alberto Fernández, acompanhado do chanceler Santiago Cafiero, recebeu na Casa Rosada o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, com quem avaliaram os avanços em questões de cooperação econômica. “A Índia é o quarto parceiro comercial da Argentina, temos um comércio que no ano passado chegou a US$ 6 bilhões de intercâmbio e estamos avançando não só na produção e exportação de alimentos, mas também em tudo relacionado à indústria de tecnologia e tecnologia nuclear aplicada à medicina”, disse o chanceler argentino em comunicado oficial. Segundo os últimos dados oficiais, a Argentina exportou US$ 7,77 bilhões até julho deste ano, mas importou US$ 8,21 bilhões no total, o que deixa um saldo desfavorável para o país sul-americano de US$ 437 milhões. Em relação à Índia, em particular, as exportações atingiram o valor de US$ 3,08 bilhões nos primeiros sete meses de 2022, um aumento interanual de 45,4%, enquanto as importações totalizaram US$ 1,15 bilhão (46,8% interanual), o que representa um saldo positivo de US$ 1,92 bilhão.
Por sua parte, Subrahmanyam Jaishankar afirmou que a Índia pode abranger muitas outras áreas que podem ser exploradas, como a questão da defesa. “A Índia é hoje um dos maiores exportadores de equipamentos de defesa do mundo e gostaríamos de ver como essa questão pode figurar em nossa cooperação com a Argentina”, declarou o chanceler indiano. Outro dos pontos fortes desse encontro foi a possibilidade de o país sul-americano ingressar no BRICS, associação econômico-comercial formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Foi discutida a possibilidade de a Argentina ingressar no BRICS, além de fortalecer uma agenda para o sul global que não se baseie nas polaridades que o mundo está enfatizando hoje”, comentou Cafiero.